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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Copa no Brasil aumenta procura por curso de produção cultural

O produtor cultural é responsável por grande parte dos eventos que ocorrem País afora, de arte a esporte. Existe uma procura cada vez maior por profissionais com formação qualificada na área, e isso tende a aumentar




Esse profissional pode trabalhar do planejamento à execução de um evento. Também é capaz de criar políticas culturais e projetos juntamente com ONGs, empresas, prefeituras, governos estaduais e federais. Sua função pode ser desde conceber as ideias inicias do plano até mesmo captar recursos para a sua viabilização.
O Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) oferece o curso superior tecnólogo em Produção Cultural. A forma de ingresso é através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e a duração é de três anos. Após o término, o aluno recebe o diploma de tecnólogo. Criada em 2003, a faculdade está localizada no bairro Nilópolis, onde existem muitas pessoas que trabalham como animadores culturais, porém careciam de uma formação específica na área.
A cada ano, o curso ganha mais visibilidade e, desde 2009, a procura tem aumentado consideravelmente. A coordenadora Fernanda Delvalhas Piccolo acredita que esse fenômeno se deve ao fato do maior apoio dado pelo governo por meio das leis de incentivo à cultura. Para os interessados, ela dá um conselho. "Se você quer seguir na carreira, é preciso ser proativo, gostar bastante de cinema, teatro e música. Ser uma pessoa desinibida, aberta às redes sociais e ter bastante contatos", diz Fernanda.
Ao longo dos três anos, são desenvolvidas diversas disciplinas com o intuito de auxiliar o profissional a pensar projetos e executá-los. Entre elas, estão história da arte, assim como matérias de fundamentos de dança, artes visuais e cênicas. Há uma cadeira específicamente voltada para acontecimentos que irão ocorrer no País: a de eventos esportivos.
Tanto a Copa do Mundo de 2014 como as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, serão uma excelente oportunidade para o profissional dessa área. Para Fernanda, além dos acontecimentos esportivos, outros trabalhos durante essas épocas poderão ser realizados por produtores culturais. "Vamos precisar de um grande número de entretenimento para este público que virá ao País.

Fonte  Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra  Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra

http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Vygotsky e o conceito de zona de desenvolvimento proximal

Para Vygotsky, o segredo é tirar vantagem das diferenças e apostar no potencial de cada aluno

Todo professor pode escolher: olhar para trás, avaliando as deficiências do aluno e o que já foi aprendido por ele, ou olhar para a frente, tentando estimar seu potencial. Qual das opções é a melhor? Para a pesquisadora Cláudia Davis, professora de psicologia da Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), sem a segunda fica difícil colocar o estudante no caminho do melhor aprendizado possível. "Esse conceito é promissor porque sinaliza novas estratégias em sala de aula", diz Cláudia. O que interessa, na opinião da especialista, não é avaliar as dificuldades das crianças, mas suas diferenças. "Elas são ricas, muito mais importantes para o aprendizado do que as semelhanças."

Não há um estudante igual a outro. As habilidades individuais são distintas, o que significa também que cada criança avança em seu próprio ritmo. À primeira vista, ter como missão lidar com tantas individualidades pode parecer um pesadelo. Mas a pesquisadora garante: o que realmente existe aí, ao alcance de qualquer professor, é uma excelente oportunidade de promover a troca de experiências.

Essa ode à interação e à valorização das diferenças é antiga. Nas primeiras décadas do século 20, o psicólogo bielorrusso Lev Vygotsky (1896-1934) já defendia o convívio em sala de aula de crianças mais adiantadas com aquelas que ainda precisam de apoio para dar seus primeiros passos. Autor de mais de 200 trabalhos sobre Psicologia, Educação e Ciências Sociais, ele propõe a existência de dois níveis de desenvolvimento infantil. O primeiro é chamado de real e engloba as funções mentais que já estão completamente desenvolvidas (resultado de habilidades e conhecimentos adquiridos pela criança). Geralmente, esse nível é estimado pelo que uma criança realiza sozinha. Essa avaliação, entretanto, não leva em conta o que ela conseguiria fazer ou alcançar com a ajuda de um colega ou do próprio professor. É justamente aí - na distância entre o que já se sabe e o que se pode saber com alguma assistência - que reside o segundo nível de desenvolvimento apregoado por Vygotsky e batizado por ele de proximal (leia um resumo do conceito na última página).

Nas palavras do próprio psicólogo, "a zona proximal de hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã". Ou seja: aquilo que nesse momento uma criança só consegue fazer com a ajuda de alguém, um pouco mais adiante ela certamente conseguirá fazer sozinha (leia um trecho de livro na terceira página). Depois que Vygotsky elaborou o conceito, há mais de 80 anos, a integração de crianças em diferentes níveis de desenvolvimento passou a ser encarada como um fator determinante no processo de aprendizado
 

 

Desafios impossíveis e outros erros

 
Dar de ombros ao conceito das zonas de desenvolvimento pode significar alguns problemas. Por exemplo: ao ignorar o limite proximal, muitas propostas em sala de aula acabam colocando os alunos diante de desafios quase impossíveis (leia a questão de concurso na próxima página). Corre-se o risco também de formar grupos homogêneos ou permitir que a garotada se organize somente de acordo com suas afinidades. "Nas atividades de lazer, não há a necessidade de restringir esse tipo de organização", afirma a psicóloga Maria Suzana. "Mas é importante aproximar alunos com diferentes níveis de ensino nas atividades em que o domínio dos saberes seja um diferencial."

Quando equívocos como os citados antes ocorrem, geralmente são resultado do desconhecimento da obra de Vygotsky. No Brasil, ainda são poucos os que dominam teorias como a da zona proximal. "Os professores até sabem que o conceito existe, mas não conseguem colocá-lo em prática", diz Cláudia Davis. Se estivesse vivo, o conselho do psicólogo bielorrusso para esses educadores talvez fosse óbvio: interação e troca de experiências com aqueles que sabem mais, exatamente como se deve fazer com as crianças.
Trecho de livro
"O nível de desenvolvimento real caracteriza o desenvolvimento mental retrospectivamente, enquanto a zona de desenvolvimento proximal caracteriza o desenvolvimento mental prospectivamente."
Lev Vygotsky no livro A Formação Social da Mente: O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores

Comentário

Nesse trecho, Vygotsky defende que há uma diferença entre o que o aluno já sabe (as habilidades que ele domina sozinho) e o que ainda não sabe, mas está próximo de saber (porque já consegue realizar com a ajuda de alguém). Percebe-se aindauma crítica às avaliações que investigam o passado da aprendizagem (ao retratar, de forma retrospectiva, os níveis já atingidos). É muito mais importante determinar o que a criança pode aprender no futuro e que deve ser o foco da atuação do professor, com exercícios em grupo e compartilhamento de dúvidas e experiências. 
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/vygotsky-conceito-zona-desenvolvimento-proximal